Todo fim de ano eu escrevo uma carta de agradecimento pelo que vivi e uma carta com pedidos para o ano que vai chegar. É um jeito que me inspira a reconhecer o caminho percorrido, honrar as escolhas e os aprendizados do ano que passou e também a firmar intenções para o novo ciclo.
É sempre também uma espécie de encontro marcado com a minha versão anterior. Todo 31 de dezembro visito a Daniele do ano passado, imagino a Daniele do ano que vem, faço um balanço, passo a régua. A média tem sido boa, apesar de tudo.
Hoje não foi diferente. Minha lista de agradecimentos está igualmente recheada. Tô pra ver um ano mais intenso em realizações, encontros e oportunidades. Conheci tanta gente boa, estabeleci vínculos tão bonitos, troquei lições e reflexões tão profundas com pessoas realmente especiais.
A cada nova descoberta, mais forte a sensação de estar a cada dia me aproximando mais da "minha turma", do meu bando, da minha falange. Cada dia mais evidente a intenção da egrégora a que pertenço.
Por isso, agradeço a cada uma das pessoas que dividiram a existência comigo nesse 2021. Aprendi demais com vocês e, do fundo do meu coração, sei que também fiz o melhor que pude. Neste ano, rarefeito de abraços e esperanças, as pessoas, as trocas, os olhares e os compromissos firmados foram a rede de segurança mais resistente que poderia desejar.
A vida também me arrancou um pedaço. Porque ela faz isso às vezes. Não só comigo, nem sempre. Mas é da Natureza dela ser faminta. Essa mordida na alma ainda não estou pronta para agradecer. Tenho me empenhado grandemente em aceitar, e isso já é muito.
Meus votos - não promessas - para 2022 incluem aproveitar mais o vento, sem tentar descobrir sua direção. Botar o barco no mar, içar vela bem costurada e quando da pasmaceira, soprar; quando da tempestade, confiar; quando da noite, olhar estrelas; e quando amanhecer - sempre amanhece - deixar raiar-me sonhos e calor.